Velhos autocarros da Carris matam saudades !

Por cá, na província algarvia, nunca existiram autocarros de dois pisos. Mas para quem se deslocava a Lisboa há muitos anos atrás, estes autocarros verdes e ruidosos, faziam as delícias, sobretudo da pequenada para quem uma viagem no piso superior era um verdadeiro regalo. Mas a Carris voltou a colocar há pouco nas ruas de Lisboa, cinco dessas viaturas dos anos 40 e 50.
O Jornal de Notícias conta-nos em pormenor como eram e como são agora os famosos autocarros da Carris.

“ Eram ruidosos, faziam os passageiros arder de calor e deixavam nuvens de fumo à sua passagem. Mas hoje os lisboetas têm saudades dos autocarros que andavam pela cidade entre as  décadas de 40 e 80. A Carris pô-los na rua de novo, com grande sucesso.
Ar condicionado, piso rebaixado, direcção assistida, travões com ABS e motores modernos são comodidades que Luís Marçal, 64 anos, se habituou a não dispensar. No entanto, há 39 anos, quando começou a carreira de motorista da Carris, onde ainda trabalha, o panorama era outro.
“A diferença dos primeiros carros que conduzi para estes é como a da noite para o dia”, descreve o motorista, que ainda se lembra do barulho infernal do velhinho 301, verde e com dois andares, onde o calor era quase insuportável no Verão, por causa do “radiador a ferver ali ao lado”.
Para trás ficaram os tempos em que, nas estradas mais inclinadas, como a Calçada de Carriche, sempre que a cacimba era mais forte, os autocarros patinavam e os passageiros eram obrigados a sair das viaturas para que fosse possível vencer a subida.
Muito mudou, desde essa época. As rotundas e os semáforos substituíram os polícias sinaleiros. E, com a expansão do metro, a multiplicação de carros particulares e o fecho de fábricas e empresas em Lisboa, o número de passageiros da Carris diminuiu muito.
Dos autocarros antigos ficaram as memórias dos mais velhos e a curiosidade dos mais novos. Foi por isso que a Carris decidiu, desde Maio, organizar passeios com cinco viaturas dos anos 40 e 50, pelo centro de Lisboa, ao terceiro sábado de cada mês. Segundo Luís Vale, director de comunicação da transportadora, a iniciativa tem tido lotação esgotada.
Mas o sucesso não surpreendeu os responsáveis da empresa. É que, assim que os autocarros começaram a circular experimentalmente – os motoristas tiveram de ter formação durante dois meses, uma vez que já ninguém os sabia conduzir – choveram telefonemas a perguntar  se a transportadora tinha adquirido viaturas novas. “








Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Volkswagen Carocha 1300 com 2 Portas de 1968

UTIC

História das aeronaves militares Portuguesas