Primeiros Táxis de Lisboa


Há 89 anos atrás, em 1925, surgiu em Lisboa o primeiro serviço de Táxis, que a edilidade lisboeta perpetuou na cidade através do Edital municipal de 25/10/1989  , no Impasse A à Rua da Fonte, na freguesia de Carnide, e no modo que a gíria popular os  designava : Rua Táxis Palhinhas.
Este primeiro serviço de Táxis de Lisboa foi o resultado de uma ideia de Fernando Casimiro Manço que com um grupo de 40 motoristas criou a Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs em 10/09/1925. Era composta por cerca de 50 condutores e 11 viaturas da marca Citroën. O sucesso foi em crescendo e o número de táxis aumentou rapidamente para cerca de 100 veículos.
A Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs foi adquirida pela Companhia de Viação Sernache em 1976 e, mais tarde, foi integrada na Rodoviária Nacional.
Na década de 90 do século XX, Lisboa acrescentou mais um taxista à sua toponímia com a Rua Augusto Macedo.

taxi ilust palhinhas 1926
Anos 60
Anos 70
Táxi 1900 Palhinhas Citroen
Táxi 1920 Palhinhas Packard
Táxi 1935 Palhinhas Plymouth
Táxi Austin A7 Hampshire 1948
Táxis no Rossio
1928 Protesto de Taxistas Lisboetas
1928 Protesto de Taxistas Lisboetas
Praça dos Restauradores

Em 1928, greve dos táxis em Lisboa. Os taxistas grevistas invadiam a Praça do Município e inundavam-na com as suas Donas Elviras. Gostava de ter visto esta cena!
Revista ABC, Janeiro de 1928
Anos 60
Anos 60
1959 Táxis Palhinha
1963
Anos 50
Anos 40
Taxi no Rossio
Garagem Parisiense.2 (R.Andrade Corvo
Anos 40
1975 Protesto Taxistas Ex-Colonia
Painel de instrumentos da época


UM VELHO TÁXI NA HISTÓRIA DE LISBOA

O táxi em que viaja é um «personagem» histórico da cidade de Lisboa. Foi até, vedeta de um filme, no qual o seu condutor de então, Augusto Macedo, conquistou, aos 93 anos, o prémio de melhor actor amador atribuído no Festival de Pescara de 1996.
O carro é um Oldsmobile Cabriolet, modelo XT 303, fabricado em 1928 pela General Motors. Desta série apenas três viaturas vieram para a Europa e as outras duas há muito que o tempo as levou.
O motor e a grande maioria das peças continuam a ser as de origem, com excepção dos pneus, que forma trocados pelos de um Chandler ainda mais antigo, de 1923. O carro, de caixa aberta, apresenta um motor de 6 cilindros, com 2745 cm3 de cilindrada e 11 cavalos de potência.






                              Relíquias de taxímetros dos táxis de Lisboa



Antigo taximetro da marca capelinha R550-20140128125834



                                        O mais antigo taxista de Lisboa



SEM UM ÚNICO ACIDENTE
O velho AB-61-86 sobreviveu, sem nunca ter sofrido um acidente, ao seu proprietário, falecido em Janeiro de 1997, precisamente no dia em que estreava três salas de Lisboa o filme que interpretava para o realizador alemão Wolf Gaudlitz. Nesse ano, em que caducava a sua carta de condução, Augusto Macedo era o mais antigo taxista do mundo ainda no activo.
O filme de Gaudlitz, intitulado Táxi Lisboa, não obedece propriamente a um guião rígido, antes conta historietas e encontros com amigos de quatro cantos do mundo com os quais conviveram Augusto Macedo e o seu Oldsmobile.
Nesse filme, referindo-se à provecta idade tanto do táxi como do seu condutor, o escritor Virgílio Ferreira, comentaria, a brincar com as letras da matrícula do carro: «não sei quem será mais velho. O AB da chapa deve indicar que á Antes de Babilónia...».

DE PADEIRO A TAXISTA
Os primeiros táxis surgiram em Lisboa no ano de 1907 e rapidamente se implantaram. Eram apenas quatro e instalaram-se no Rossio. Apesar de pequenos e com quatro lugares apertados, batiam em velocidade as velhas tipóias puxadas a cavalo e acabaram por se impor.
Augusto Macedo, natural de uma pequena aldeia do centro do País, veio para Lisboa, em 1916, para começar a trabalhar, aos 12 anos, numa padaria de que era sócio um seu irmão mais velho. Aos 24 anos, com dinheiro que pediu emprestado, comprou o carro que nunca mais abandonaria e a que dedicou toda a sua vida.
Não lhe era imaginável trocá-lo por qualquer outro e por isso, nos anos 60, recusou indignadamente uma proposta da General Motors, que lhe oferecia um carro novo em troca do AB, que passaria a integrar a colecção da companhia.

DOIS MILHÕES DE QUILÓMETROS
Augusto Macedo percorreu ao volante do seu Oldsmobile mais de 2 milhões de quilómetros pelas ruas de Lisboa e nas Linhas de Cascais e de Sintra. Constituiu uma clientela fiel, quer nacional quer estrangeira, com a qual criou fortes laços de amizade. Chegou a transportar três gerações da mesma família. Os seus clientes estrangeiros reservavam as viagens muito antes de se deslocarem a Lisboa. 
Em 1998 a Associação Turismo de Lisboa adquiriu o velho táxi de «antes da Babilónia», assegurando a sua conservação na cidade e a sua utilização para fins de promoção turística. Preserva-se assim uma autêntica lenda de Lisboa que, mantendo o espírito do seu anterior proprietário, continuará a acolher os visitantes e a percorrer as ruas da cidade.


Augusto Macedo e Oldsmobile Cabriolet




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