Aeronaves Aviação Naval



 Primórdios e Organização


O brilhante historial da Aviação Naval Portuguesa começa em 1916, quando dois oficiais da Marinha de Guerra - Sacadura Cabral e António Caseiro - obtêm em França os certificados de piloto aviador. Convidado pelo Ministério da Guerra a procurar um local apropriado a uma unidade para hidroaviões, Sacadura Cabral acabou por considerar uma zona próximo da Torre de Belém, em Lisboa, como um bom local: A futura Base Aeronaval do Bom Sucesso. Enquanto isto, algum pessoal da Marinha de Guerra recebia instrução de voo e manutenção na escola de Vila Nova da Rainha e no estrangeiro, em França.
Em 1916, durante a Primeira Grande Guerra, o Governo Francês propôs a Portugal facilidades à instalação duma unidade de hidroaviões em Aveiro... cujas aeronaves, no entanto, da Marinha Francesa, só começaram a operar em 1918. Os primeiros aviões da Marinha de Guerra foram dois hidroaviões F.A.B., chegados em Março de 1917, montados e testados na Escola de Vila Nova da Rainha. O Serviço e Escola de Aviação da Armada, instalado na Estação Aeronaval do Bom Sucesso, foi criado em Setembro de 1917. Em Dezembro de 1917, juntamente com os dois hidroaviões F.B.A. preparados em Vila Nova da Rainha, a unidade do Bom Sucesso começou a operar com mais dois vindos também de Vila Nova da Rainha.
Em Janeiro de 1918, o Serviço de Aviação da Armada passou a Serviço da Aeronáutica Naval. Em Abril de 1918, os primeiros hidroaviões da Aviação Naval Francesa chegaram a Aveiro: Dois Donnet-Denhauts D.D.8 e dois Georges-Levy. Em 1918, foi autorizada aos Estados Unidos a instalação nos Açores de uma unidade de aviação naval... para a qual chegaram à Horta hidroaviões Curtiss HS-2L. O primeiro acidente da Aviação Naval: Em 23 de Agosto de 1918, um dos Tellier T.3, do Bom Sucesso, desapareceu ao largo de Cascais, com toda a tripulação. Em 28 de Dezembro de 1918, um oficial português tomou o comando da Unidade Aeronaval, tendo esta recebido por compensação do Governo Francês, 18 Donnet (8 operacionais), assim como dois Levy Oferecidos pelos Estados Unidos, após terem deixado a unidade dos Açores, os 4 HS-2L foram desmontados e embarcados para Lisboa.
Em 1919 os aviões de Aveiro foram usados contra o movimento pro-monárquico. Em Maio de 1920, dois anfíbios Felixstowe F.3 voaram de Inglaterra a Lisboa. Um deles foi usado na primeira ligação Lisboa-Funchal em 1921. Este voo foi para testar a navegação por Sextante que viria a ser utilizado na travessia do Atlântico Sul, em Fairey IID, por Sacadura Cabral e Gago Coutinho.
Sacadura Cabral desapareceu no Mar do Norte, em 1924, em viagem da Holanda, num dos 5 Fokker T.IIIW, adquiridos depois da travessia do Atlântico.
Em 1925 o inventário aeronáutico da AN era de 4 Fokker T.IIIW, 4 Fairey IIID, 3 T.3 e 4 Curtiss HS-2L.
Com 3 Fairey IIID, foi organizada em 1927, em Macau, a terceira unidade da AN. Novos aviões foram recebidos em 1927 (C.A.M.S.37A) e em 1928 M.18), estes últimos voados de Itália por aviadores portugueses.
Em 1931, pela segunda vez, de novo a Aviação Naval foi chamada a intervir em convulsões políticas internas, ao enviar 4 aviões para a Madeira. Não obstante as extremas dificuldades, com ventos fortes, alvejamentos, etc., todos os 4 C.A.M.S. 37A regressaram a Lisboa, embora mais ou menos danificados.
O primeiro avião todo metálico, o Junkers K.43W, foi recebido em 1932.
O avião mais usado na Aviação Naval foi o Fleet 10G e 11, de treino, com motores Gipsy, em linha, e Kinner, radial, chegados em 1934, num total de 31.
Por esta altura, a unidade de Macau foi reforçada com 8 Hawker Osprey.
Novos aviões foram comprados em 1939/40: O Avro 626 com flutuadores, e o Grumman G-21B, este último para ligações entre os Açores e a Madeira. A unidade de Ponta Delgada foi reforçada com Avro 626 e G-21B. Em Maio e Junho de 1941, os três G-21B de Ponta Delgada, fizeram 80 horas de voo em 28 missões.
Em Febreiro de 1941, um Short Sunderland, a voar da Inglaterra para Gibraltar, forçado a amarar em águas portuguesas, foi internado... abandonado por algum tempo, foi depois vistoriado, e aproveitado pela Aviação Naval para uma tentativa do voo à Guiné, abortada por mau funcionamento de um dos motores.
Em 1941 foram recebidos 20 Tiger, ofertados pela Inglaterra como compensação da utilização dos Açores.
Os Bristol Blenheims e Oxfords, recebidos em 1943, com a mesma origem dos Tigers, formaram uma base aérea terrestre no aeroporto de Lisboa. 16 Beaufighters substituíram os Blenheims dois anos mais tarde.
A mais importante aquisição depois da II Guerra foram diversos Beech D-18S e AT-11, escolhidos de um lote de aviões de guerra dos Estados Unidos.
A última unidade operacional da Aviação Naval foi formada em princípios de 50 com os Helldivers SB2C-5 em São Jacinto. Estes aviões acabaram por ser os últimos aviões da estrutura da Aviação Naval.
Com a junção das duas armas da aviação militar na Força Aérea Portuguesa, em 1952, foi a extinção da Aviação Naval como arma independente.
Como Forças Aeronavais autónomas, tanto homens como aviões continuaram a voar na Força Aérea Portuguesa. A unidade anti-submarina ficou estacionada na Base Aérea do Montijo, antes edificada para base da Aviação Naval. Somente em 1956 e 57 a integração foi finalmente completada... com alguns pilotos a regressarem à Marinha de Guerra, uma boa parte a integrar a Força Aérea Portuguesa. 

Unidades da Aviação Naval

Serviço e Escola de Aviação da Armada
A localização do Bom Sucesso para uma base de hidroaviões resultou de uma escolha de Sacadura Cabral, após o seu brevetamento em França, a convite do Ministério da Guerra.
Os primeiros aparelhos da Marinha de Guerra Portuguesa foram dois hidroaviões F.A.B., chegados em Março de 1917, montados e testados na Escola de Vila Nova da Rainha. Em Setembro de 1917 foi criado no Bom Sucesso, o Serviço e Escola de Aviação da Armada. Em Janeiro de 1918, o Serviço e Escola de Aviação da Armada passou a Serviço da Aeronáutica Naval.
O primeiro acidente com aeronaves da Aviação Naval ocorreu em 23 de Agosto de 1918, com um dos Tellier T.3, do Bom Sucesso, que desapareceu ao largo de Cascais, tendo perecido toda a tripulação. Sacadura Cabral desapareceu no Mar do Norte, em 1924, em Viagem da Holanda para Portugal, num dos 5 Fokker T.IIIW, adquiridos por subscrição pública depois da Travessia Aérea do Atlântico Sul. 

Base Aérea de São Jacinto
Em 1916, durante a Primeira Grande Guerra, o Governo Francês propôs a Portugal facilidades à instalação duma unidade de hidroaviões em Aveiro. Concedida a autorização, as aeronaves da Marinha de Guerra Francesa, no entanto, só começaram a operar em 1918...
Em Abril desse ano chegaram os primeiros hidroaviões: Dois Donnet-Denhauts D.D.8 e dois Georges Levy. Com o fim da Guerra, em 28 de Dezembro de 1918 um oficial português tomou o comando da Unidade. Com a saída dos franceses, a base aeronaval da Marinha de Guerra recebeu por compensação do Governo Francês, 18 Donnet Denhaut (8 operacionais), assim como dois Georges Levy. Com a constituição da Força Aérea Portuguesa em 1952, a unidade da Aviação Naval, recebeu a designação de BA 5 em 1953, de AB 2 em 1957, passou a BA 7 até 1978. 

Centro de Aviação Naval Sacadura Cabral
Situado na Península do Montijo, próximo de Lisboa, o Centro de Aviação Naval Sacadura Cabral, começou a operar em 2 de Janeiro de 1953, com aviões Fleet, Gruman G-21 e G-44, depois com Helldiver e Harvard.
Em resultado da constituição da Força Aérea Portuguesa, o C.A.N.S.C. passou a Base Aérea 6 em 12 de Junho de 1954. Equipada com o PV-2 Harpoon, a partir de 1954, avião de luta anti-submarina, recebeu mais tarde, em 1958, o P2V-5 Neptune, melhor equipado para as missões de patrulhamento, Busca e salvamento.
No decurso da sua vida operacional, passaram ainda pela BA6 os aviões de transporte Douglas DC-6, os helicópteros Alouette III, e os de caças Fiat G-91.



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