Túnel do Tempo:
Túnel do Tempo: O Aeroporto de Congonhas 40, 50 anos atrás
Inaugurado em 12 de abril de 1936, o
Aeroporto de Congonhas é um dos mais movimentados aeroportos
brasileiros. Situado no coração da cidade de São Paulo, o aeroporto é
amado por muitos e odiado por outros. As fotos que se seguem foram
tiradas, na sua maioria, nas décadas de 50 e 60, quando o cheiro da
gasolina de aviação, e não o do querosene, ainda dominava nos arredores.
Essa nostálgica foto, tirada por volta de 1968, mostra o prédio
principal do aeroporto e uma ainda tranquila Avenida Wahington Luiz.
As aeronaves turboélice a a pistão ainda dominavam o pátio, antes da Vasp trazer os primeiros Boeing 737.
Antes
dos Electra da Varig, os Scandia da Vasp faziam a ligação de Congonhas
com o Aeroporto Santos-Dumont, no Rio de Janeiro, até o início da década
de 1970.
Esse
corredor percorria as lojas de algumas empresas e táxis aéreos,
necessários em um Brasil ainda praticamente desprovido de rodovias
asfaltadas e com ferrovias já decadentes. As janelas panorâmicas
ofereciam visão do pátio, mas os visitantes preferiam ficar justamente
no teto desse prédio.
Antes
da chegada dos Boeing 707 e dos Douglas DC-8, Congonhas recebia todos
os voos internacionais com destino a São Paulo. Este DC-7 da holandesa
KLM era um dos visitantes regulares do aeroporto. Nessa época, a maioria
dos voos internacionais para o Brasil tinham como destino o Rio de
Janeiro, e não São Paulo.
As
lojas das companhias aéreas internacionais hoje desapareceram de
Congonhas, mas estavam presentes cinquenta anos atrás. A Brannif, a
Panair e a Pan Am só vivem hoje na história.
O
pátio repleto de aeronaves. Os jatos ainda não haviam chegado, nem os
Electras da Varig. Pode-se ver os Convair, DC-3 e Scandia, os mais
assíduos frequentadores do aeroporto nessa época.
Sem
praia para passear, o paulistano frequentava o aeroporto nos finais de
semana para ver o movimento dos aviões. Esse terraço aberto era
justamente chamado de "prainha". Infelizmente, já não é possivel fazer
isso em Congonhas , não há mais terraços abertos e nem fechados.
Havia,
nessa época, jardins muito bem cuidados entre as estações de
passageiros e os pátios, que davam um certo charme aos aeroportos. Hoje
os pátios são frios e funcionais, e a grama e as plantas foram
substituídas por esteiras de bagagem e equipamento de rampa.
Essa foto mostra a visão que se tinha da "prainha" do paulistano.
O
piso xadrez do saguão de passageiros de Congonhas existe até hoje. Essa
foto de 1970, mostra o saguão quase vazio. Essa tranquilidade hoje não
mais existe.
Em
contraste com a primeira foto mostrada nesse artigo, aqui, em 1975, os
jatos já dominavam o pátio de aeronaves, e a Avenida Washington Luiz já
não era tão tranquila.
Aqui,
pode-se ver as obras de ampliação do terminal de passageiros de
Congonhas, feitas pela construtora Cetenco entre 1956 e 1959.
Os
elegantes Lockheed Constellation eram os mais sofisticados aviões da
época, e cumpriam grande parte dos voos internacionais. Hoje, Congonhas
não opera voos internacionais.
Os
Convair eram quase tão típicos nas linhas domésticas brasileiras quanto
os DC-3, em 1960, mas eram mais rápidos, sofisticados e confortáveis.
A
REAL foi a primeira companhia aérea de baixo custo do Brasil, e uma das
primeiras do mundo. Seus Convair e DC-3 atendiam não somente as
capitais, como também muitas cidades do interior, muitas das quais nunca
mais foram atendidas por nenhuma outra empresa.
Um Convair da Varig estacionado atrás de um Constellation da Panair do Brasil.
Um
Curtiss C-46 da Varig, ainda com a pintura antiga, taxia no pátio,
enquanto um Convair da REAL está prestes a embarcar seus passageiros.
Esse
Curtiss C-46 da Varig estava sendo abastecido e atendido pela
manutenção, para cumprir seu próximo voo, no pátio da empresa, em
Congonhas. Esse pátio ainda mantinha o calçamento em paralelepípedos de
granito, que ainda pode ser encontrado em alguns lugares do aeroporto,
especialmente no pátio de manutenção da antiga Vasp.
Esse Curtiss passou a operar pela Vasp quando essa empresa comprou o controle do Lóide Aéreo Brasileiro, em 1962.
Os
Dart Herald da Sadia eram rápidos e confortáveis, e eram os principais
aviões da empresa antes da chegada dos jatos One-Eleven, na década de
1970.
Esses grandes quadrimotores Douglas atendiam geralmente ao serviço internacional.
Os
Douglas DC-6C da Vasp vieram do Lóide Aéreo. O pátio calçado com
paralelepípedos ainda pode ser visto nas instalações, hoje abandonadas,
da Vasp.
Essa
rara e nostálgica foto colorida mostra os passageiros desembarcando de
um Douglas DC-4 do Lóide Aéreo Nacional, por volta de 1959.
Vista
panorâmica do terminal, da "prainha" e do jardim que separava o
terminal, àquela época chamado de estação, do pátio de aeronaves.
O
Dart Herald da Sadia sendo atendido pela manutenção, em 1965, antes de
embarcar os passageiros para seu próximo voo. Essa aeronave,
infelizmente, foi perdida em um trágico acidente dois anos depois, na
Serra da Graciosa, perto de Curitiba.
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