OS AVIÕES DA AVIAÇÃO NAVAL

Nos seus 35 anos de existência, a Aviação Naval utilizou 251 aviões de 31 diferentes modelos, fabricados em 6 países, com a seguinte repartição:

·         42 aviões de 6 modelos de fabrico francês

·         112 de 14 modelos ingleses

·         6 de um modelo italiano

·         5 de um modelo holandês

·         86 de 9 modelos americanos

Destes 251 aviões, 126 eram hidros de 19 modelos e 125 de rodas de 12 modelos. Os hidroaviões, quanto à configuração, eram:

·         56 de flutuadores de 9 modelos

·         125 de casco (coque) de 9 modelos.

Por tipos de missões a que se destinavam, a distribuição foi a seguinte:

·         Aviões de instrução e treino – 109 unidades de 12 modelos

·         Aviões de reconhecimento e patrulha – 43 unidades de 6 modelos

·         Aviões de combate (bombardeiros, torpedeiros) – 99 de 12 modelos.

Para além deste material de voo, é de referir a curta existência de um Short Sunderland, grande hidroavião quadrimotor inglês, amarado em emergência no Sado em Fevereiro/1941, com um motor inoperativo e fustigado pelo violento ciclone que assolou Portugal nesse mês. Este avião foi internado, e depois oferecido ao Estado Português. Tendo sido sujeito a grande reparação no Bom Sucesso, foi com ele tentado um voo à Guiné, interrompido a meio caminho por avaria de 2 motores, tendo regressado à base, mercê da perícia da sua tripulação, sob o comando do Comandante Paulo Viana.


Short Sunderland MK I 
O avião foi depois abatido em 1944. A assistência de manutenção aos aviões e seus equipamentos foi sempre garantida nas próprias oficinas dos vários Centros, guarnecidos por competentes técnicos, desde os engenheiros aos mecânicos e artífices de aviação.


À margem das rotinas de manutenção, são de referir alguns trabalhos extraordinários, como a montagem, no Bom Sucesso, no 3º FBA a partir de partes dos dois primeiros e peças sobressalentes, e a reconstrução, nas oficinas de S. Jacinto sob a direcção do Eng.º Rodrigues dos Santos, de 3 Gipsy-Moth utilizando também partes de outros e um manancial de sobressalentes excedentários, e finalmente a grande reparação do Sunderland no Bom Sucesso.

OS EFECTIVOS DE PESSOAL DA AVIAÇÃO NAVAL

Ainda antes da fundação da Aviação Marítima em Setembro de 1917, já em 1916 foram especializar-se em França os primeiros oficiais aviadores – Sacadura Cabral e António Caseiro – e alguns mecânicos e montadores de aviação, que iniciaram depois a sua actividade na Escola Militar de Aeronáutica, em Vila Nova da Rainha. Aí montaram os primeiros FBA vindos encaixotados de França.

No final de 1917 transitaram para o Centro do Bom Sucesso. Ao longo de 35 anos, foram brevetados em diferentes escolas como pilotos-aviadores navais, os seguintes efectivos:

·         Em França – 11 oficiais

·         Em Inglaterra – 2

·         Em Itália – 3

·         Nos Estados Unidos da América– 3

·         No Bom Sucesso – 18

·         Em S. Jacinto – 60

A este total de 97 oficiais seguiram-se 5 oficiais da Reserva Legionária. Paralelamente formaram-se 4 observadores-aeronáuticos (navegadores), além do Almirante Gago Coutinho, a quem foi atribuída extraordinariamente esta designação, embora não integrasse o quadro da Aviação Naval. Ainda com a farda da Marinha, mas para serviço na Força Aeronaval, sucessora da Aviação Naval, a partir de 1953 foram brevetados 7 oficiais pilotos-aviadores.

Quanto às restantes especialidades, os efectivos atingiram os seguintes números, no mesmo período de 35 anos, totalizando 270 especialistas, mais algumas dezenas de operários:

·         Oficiais engenheiro-maquinistas de aviação – 15

·         Montadores e mecânicos de aviação (1ª fase) – 20

·         Artífices-mecânicos de aviação – 12

·         Artífices de aviação – 44

·         Mecânicos de aviação – 133

·         Artífices-radiotelegrafitas – 5

·         Radiotelegrafistas e operadores de radar – 28

·         Artilheiros-mecânicos de armamento- 13

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