Amelia Earhart
Amelia Earhart: Uma das maiores aviadoras que o mundo já viu
Amelia
Mary Earhart (Atchison, Kansas, 24 de julho de 1897
— desaparecida em 2 de julho de 1937)
foi pioneira na aviação dos Estados Unidos, autora e defensora dos direitos das mulheres.
Earhart foi a primeira mulher a receber a "The
Distinguished Flying Cross", condecoração dada por ter sido a
primeira mulher a voar sozinha sobre o oceano Atlântico.
Estabeleceu diversos outros recordes,[2] escreveu livros sobre suas experiências de voo, e
foi essencial na formação de organizações para mulheres que desejavam pilotar
Amelia
desapareceu no oceano Pacífico, perto da Ilha Howland enquanto tentava realizar um voo ao redor do
globo em 1937. Foi declarada morta no dia 5 de janeiro de 1939. Seu modo de vida, sua carreira e o modo
como desapareceu até hoje fascinam as pessoas.[
Infância
Amelia Mary Earhart, filha de Samuel “Edwin” Stanton
Earhart (1868-1930) e Amelia Otis Earhart (1869-1962),,
nasceu em Atchison, Kansas, na casa de seu avô materno, Alfred
Otis, um ex-juiz federal, presidente do Atchison
Savings Bank e considerado um ilustre cidadão de Atchison. Alfred Otis não
aprovou o casamento e nem achou satisfatória a atuação de Edwin como advogado.
Amelia recebeu o nome de acordo com os costumes da
família, como o de suas duas avós (Amelia Josephine Harres e Mary Wells
Patton). Desde a infância, Amelia, apelidada de “Meeley” (às vezes “Milie”) era
a chefe enquanto sua irmã, dois anos mais nova que ela, Grace Muriel Earhart (1899-1998),
apelidada de "Pidge", atuava como uma seguidora obediente. Ambas as
meninas atendiam pelos seus apelidos de infância quando adultas. A sua educação
foi pouco convencional, pois Amy Earhart não acreditava em maneiras de moldar
crianças em ”crianças adoráveis”. Entretanto, sua avó materna desaprovava o uso
de “Bloomers” (traje feminino: calça pelas canelas, saia por cima da calça,
ambas folgadas, dando uma aparência de descuido ao se vestir) utilizados pelas
filhas de Amy e, apesar de Amelia gostar da liberdade que estas proporcionavam,
ela estava consciente de que as crianças da vizinhança não usavam esses trajes.
Primeiras influências
Um espírito de aventura[ parecia ser parte das crianças da família Earhart que
passavam os dias explorando a vizinhança procurando por coisas interessantes e
excitantes. Quando criança, Amelia passava horas brincando com Pidge, escalando
árvores, caçando ratos com seu rifle e descendo encostas com seu trenó. Mesmo que seus interesses pelas brincadeiras fortes e
duras fossem comuns à idade, alguns biógrafos diziam que a jovem Amelia
apresentava tendências masculinas. As meninas tinham "minhocas, borboletas,
gafanhotos e uma rã arborícola"[ em uma coleção que ficava cada vez maior, recolhida em
suas excursões. Em 1904 com a ajuda do tio, Earhart construiu com materiais
caseiros uma rampa que simulava uma montanha-russa, que ela já tinha visto em St. Louis, que descia do
telhado da cabana de ferramentas. O primeiro voo documentado de Amelia acabou
dramaticamente. Ela saiu de dentro da caixa de madeira quebrada que serviu de
trenó, bem animada, com um lábio sangrando e o vestido rasgado dizendo: “Oh,
Pidge, é como se eu estivesse voando!”.[
Embora havendo alguns percalços no caminho da sua
carreira até aqui, em 1907 Edwin Earhart que trabalhava como encarregado na ferrovia de Rock Island, foi transferido para Des Moines, Iowa. No ano seguinte, aos 11 anos de idade,
Amelia viu pela primeira vez algo parecido com um avião na Feira Estadual de
Iowa em Des Moines. Seu pai incentivou a ela e sua irmã a voarem nele, porém
uma olhada na velha sucata foi suficiente para Amelia perguntar se elas não
poderiam voltar para o carrossel. Mais tarde ela descreveu o biplano como "uma coisa de fios oxidados e madeira, sem
nenhum atrativo".
Educação
Enquanto os seus pais se mudavam para uma pequena casa
em Des Moines, Amelia e Muriel (ela nunca utilizou o nome Grace)
ficaram com os seus avós em Atchison. Durante esse período, Amelia e a sua irmã
foram educadas em casa pela sua mãe e uma governanta. Mais tarde ela conta que
foi “uma leitora voraz” e gastou
incontáveis horas na gigantesca biblioteca da família. Em 1909,
quando finalmente a família se reuniu em Des Moines, as crianças Earhart
entraram pela primeira vez numa escola pública, tendo Amelia entrado na sétima série aos 12 anos.
Amelia Earhart, a primeira mulher a cruzar o oceano
Atlântico sozinha em um avião, estaria hoje fazendo 115 anos
Amelia Earhart, Los Angeles, 1928 X5665 – 1926 "CIT-9 Safety Plane" – California Institute of Technology (CalTech) Aerospace modelo 9 Merrill - biplano projetado por Albert Adams Merrill (Instrutor em Aeronáutica); 45hp Kinner engenharia; wingspan: 24'0". |
Trabalhou como enfermeira voluntária no Canadá durante a Primeira Guerra Mundial e tornou-se assistente social. Começou suas aulas de piloto em 1921 e em seis meses havia economizado o suficiente para comprar seu primeiro avião, um biplano Kinner Airster de segunda mão. Como era amarelo vivo ela o chamou de Canário e com ele alcançou seu primeiro recorde alcançando os 14 mil pés de altitude (cerca de 4,2 km).
Em 1928 ela quase desligou o telefone na cara de um homem que em seguida lhe disse “O que você acha de tornar-se a primeira mulher de voar pelo Atlântico?”. Ela completou o voo juntamente com outro piloto e um mecânico em 21 horas chegando em Wales, na Inglaterra. Ela fez história e apareceu nos jornais já que três mulheres haviam morrido ao tentar a façanha no último ano. Ao retornar ela e sua equipe foram recebidos pelo presidente dos EUA.
Ela casou-se com seu editor George P. Putnam em 1931 e se referia ao relacionamento como uma “parceria” com “controle duplo”, para manter sua independência.
Junto com seu marido traçou planos secretos para tornar-se a segunda pessoa e a primeira mulher a atravessar o Atlântico a voo sozinha. Em 1932 ela decolou e depois de muitas dificuldades como ventos fortes e problemas mecânicos ela pousou “no quintal de um lavrador (…) assustando a maioria das vacas das redondezas”. De volta em casa, o presidente dos EUA a agraciou com a medalha de ouro da National Geographic Society. Para Amelia ela havia provado que as mulheres eram iguais em “trabalhos que requerem inteligência, coordenação, velocidade, frieza e força de vontade”.
Ela continuou quebrando recordes nos anos que se seguiram até que em 1937, próxima de seus 40 anos, estava pronta para o maior dos desafios: ser a primeira mulher ao voar ao redor do globo. Em março daquele ano fez uma tentativa frustrada que danificou sua aeronave em um pouso forçado e necessitou que o motor fosse refeito.
Ela disse “Eu sinto que só consigo realizar mais um bom voo e espero que seja esta viagem”. No dia primeiro de junho do mesmo ano ela e seu navegador decolaram para o voo de 47 mil km de distância. Os mapas imprecisos freqüentemente tornavam a navegação complicada para Fred Noonan, que a acompanhava. O maior desafio estava por vir quando decolaram de Nova Guiné em direção à pequena ilha Howland que tem apenas cerca de 3km de comprimento e 800m de largura. Um navio da Guarda Costeira dos EUA seria seu contato de rádio e outros dois navios acenderam todas as suas luzes para funcionarem como marcadores de rota. “[A ilha de] Howland é um ponto tão pequeno no Pacífico que toda ajuda em localizá-la deve estar disponível”, Amelia disse.
Eles partiram 2 de julho, mas as chuvas os surpreenderam e dificultaram o método principal de navegação de Noonan que usava o céu. Amelia pediu apoio por rádio e o navio lhe enviou constantemente uma seqüência de transmissões, mas ela não conseguia ouví-las. O navio então recebeu o audio de Amelia “Devemos estar próximos de vocês, mas não conseguimos vê-los. O combustível está acabando. Não estou conseguindo contato por rádio”. O navio tentou responder mas Amelia não ouvia.
Depois de as comunicações cessarem uma imediata tentativa de resgate foi efetuada e permanece até os dias de hoje a busca naval mais ampla já realizada. Em 19 de julho as buscas cessaram. Hoje há diversas escolas, ruas aeroportos e monumentos com o seu nome.
O mundo sempre recordará Amelia Earhart por suas visão, coragem e conquistas para as mulheres e para no campo da aviação. Em uma carta que deixou para seu marido caso algo acontecesse ela escreveu “Saiba que estou certa dos riscos. (…) Eu quero fazer porque quero fazer. As mulheres devem tentar fazer as coisas que os homens tentaram. Quando falhamos o erro deve ser um desafio para outras.”
Esquerda para direita: Neta Snook e Amelia Earhart em frente da Kinner Airster de Earhart, c.1921 |
Earhart caminhando com o Presidente Herbert Hoover nos jardins da Casa Branca em 2 de janeiro de 1932. |
Foto de Amelia Earhart, c. 1932. Putnam instruiu Earhart a disfarçar a má-formação dentária, mantendo sua boca fechada em fotografias formais. |
Lockheed L-10E Electra de Amelia Earhart. A aeronave foi modificada, tendo a maioria das janelas da cabine escurecidas e tanques de combustível foram adaptados à fuselagem. |
Earhart e Noonan ao lado do Lockheed L10 Electra em Darwin, Austrália, 28 de junho de 1937. |
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