Aviões da AN e AM - Fairey III D
O "Lusitânia" em frente do Centro de Aviação Naval do Bom Sucesso.
Preparando a largada do Tejo.
Descolagem do "Lusitânia" junto à torre de Belém.
O hidroplano "Santa Cruz" original no Museu da Marinha em Lisboa.
Selo comemorativo de 1979, do Fairey IIID "Santa Cruz", o avião que completou a travessia do Atlantico Sul.
Preparando a largada do Tejo.
Descolagem do "Lusitânia" junto à torre de Belém.
O hidroplano "Santa Cruz" original no Museu da Marinha em Lisboa.
Selo comemorativo de 1979, do Fairey IIID "Santa Cruz", o avião que completou a travessia do Atlantico Sul.
Fairey III D nº 20, da Aviação Naval, ao serviço d0 C.A.N de Macau, sobrevoando Hong-Kong.
O Fairey III D
chegou a Portugal em Janeiro de 1922, devido ao interesse da Marinha em
experimentar o lançamento de torpedos a partir do ar. Entre o primeiro
conjunto de três hidroplanos Fairey entregues, havia um especial, o
Transatlantic Fairey III D, que o comandante Sacadura Cabral tinha
solicitado para concluir a travessia planeada do Atlantico Sul.
O
F-400 Transatlantic, denominado "Lusitânia", tinha uma maior
envergadura de asa que os outros, um maior alcance em distância e podia
transportar dois tripulantes lado a lado. Este foi o avião no qual Gago Coutinho e Sacadura Cabral
começaram a sua travessia em 30 de Março de 1922 e que se despenharia
perto das rochas de S. Pedro, ao largo da costa do Brasil. O F-401, um
III D cujas asas tinham sido expandidas, foi então expedido para
Fernando de Noronha para substituir o "Lusitânia". Este avião acabaria
também por cair no mar após uma falha de motor. O avião que concluiria a
travessia seria um F-402, outro III D, chamado "Santa Cruz", que se
encontra em exposição no Museu da Marinha, em Lisboa. Uma réplica do
mesmo avião pode ser vista no Museu do Ar em Alverca. Aos modelos F-401 e
F-402 foram dadas os códigos 16 e 17. O Lusitânia não teve código por
ter sido considerado um avião destinado a uma missão especial.
Em
Novembro de 1922 a Aviação Naval obteve mais três Fairey III D, que
foram registados com os códigos 18, 19 e 20. Numa emergência, dois
destes aparelhos (19 e 20), juntamente com o "Santa Cruz" inaugurariam o
centro de Aviação Naval de Macau, localizado na ilha Taipa. Quando a
tensão na zona baixou, o "Santa Cruz" regressou a Lisboa, enquando os
outros dois ficavam em Macau. O centro de Aviação Naval de Macau foi
desactivado em 1933 e quando foi reactivado em 1938, estes dois aviões
ainda lá se encontravam, mas já tinham sido oficialmente retirados do
serviço em 1930.
O
único Fairey IIID adquirido pela Aeronautica Militar, com número de
construtor F-779, equipado com trem de aterragem e tanque suplementar de
combustivel.
A Aviação Militar também adquiriu um
Fairey III D, com trem de aterragem, equipado com o famoso motor Rolls
Royce Eagle, tal como os adquiridos pela Aviação Naval, embora este
fosse da versão VII e não da versão VIII que equipou os aviões da
Aviação Naval. Este Fairey III D, que tinha um tanque de gasolina extra,
chegou em 1924 para tomar parte num circuito aereo em Espanha e
Marrocos, que teve lugar no Outono de 1925, no qual este avião se
estragou irremediavelmente. (Crédito: Museu do Ar e "Os aviões da Cruz de Cristo" Dinalivro)
O Fairey III D foi provavelmente o mais famoso da construtora Fairey, fundada por C. R. Fairey em 1915. Era um avião muito versátil podendo ser equipado com um trem de aterragem convencional ou flutuadores. O prototipo do inicial Fairey III foi baseado no hidroplano N.10 de 1917, tendo-se seguido o Fairey III A como avião de reconhecimento e como este devia operar em porta aviões foi equipado com trem de aterragem. Seguiu-se o hidroplano bombardeiro Fairey III B e depois o Fairey III C, um hidroavião bombardeiro, de reconhecimento e de uso geral com dois lugares, equipado com o motor muito fiável e potente Rolls Royce Eagle VIII de 375 hp. A primeira grande produção da Fairey foi o aparelho Fairey III D com 227 unidades, que era um melhoramento do III C, com a possibilidade de levar um terceiro tripulante e capaz de ser equipado com um trem de aterragem convencional ou flutuadores. Voou pela primeira vez em Agosto de 1920 sendo os primeiros aparelhos para a Fleet Air Arm, Australia e Portugal.
Efeméride - Gago Coutinho
Carlos Viegas Gago Coutinho nasceu em Lisboa a 17 de Fevereiro de 1869 e faleceu na mesma cidade a 18 de Fevereiro de 1959. Em 2009, celebram-se os 140 anos do seu nascimento e os 50 da sua morte.
O almirante marinheiro e geógrafo, distinguiu-se sobretudo por ter
feito a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, em 1922. O
A equipa do «raid» Lisboa-Madeira: Sacadura Cabral, Gago Coutinho, Ortins Bettencourt e R. Soubiran em 1921.
Manobrando
em frente do Funchal no «raid» Lisboa-Madeira, em 22 de Março de 1921.
Foi utilisado um Hidro nº 408 Felixstowe F.3, com uma distância
percorrida de 530 milhas em 7h 40m de voo.
O
«Fairey III D-Mk.2, "Lusitânia" em frente do Centro de Aviação Naval do
Bom Sucesso, antes de partir para histórica travessia do Atlantico Sul.
Este avião voou até Penedos, onde naufragou.
Preparando a largada do Tejo.
Descolagem do hidroavião «Fairey III D» Lusitânia junto à Torre de Belém, a 30 de Março de 1922.
Ao
amarar na baía de Guanabara, pelas 17h 32m de 17 de Junho de 1922, Gago
Coutinho faz as «salvas da ordenança». Este «Fairey III D nº17 foi
baptizado «Santa Cruz» após a chegada ao Rio de Janeiro.
Gago
Coutinho na baía de Guanabara em 17 de Junho de 1922. Aviões
utilizados: 3 Hidroaviões «Fairey III D» equipados com motores Rolls
Royce Eagle. Distância percorrida: 4367 milhas (Lisboa-Rio de Janeiro)
Total de horas de voo: 60h 14m. Horas voadas sem ver terra: 36h 44m.
O
Hidroavião «Fairey III D» nº 17 "Santa Cruz" que concluiu a travessia
do Atlantico Sul, exposto no Museu da Marinha, em Lisboa. Tinha sido
enviado de Lisboa a bordo do cruzador «Carvalho Araújo», partindo da
ilha Noronha em 5-6-1922 e chegando ao Rio em 17-6-1922, com escalas em
Recife, Salvador, Porto Seguro e Vitória.
Gago
Coutinho e Jorge de Castilho comparando o sextante português com o
sextante americano utilizado pelo comandante Byrd, em 1927 no Rio de
Janeiro.
1922 - O «astrolábio de precisão» de Gago Coutinho.
Aviação Naval
Hidroavião Fairey III-D «Santa Cruz», de origem inglesa, que fez a travessia do Atlantico Sul, em Junho de 1922, pilotado por Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
Hidroavião Schrek-F.B.A. (Franco-British Aviation), tipo B, com o número «2», o primeiro tipo de hidroavião da
Aviação Naval (1917).
O avião anfíbio Grumman G-44, de origem norte americana, que esteve ao serviço de 1942 a 1952.
Três bons motivos para visitar o Museu da Marinha, para além da divulgação do passado marítimo português, não só militar como de actividades humanas ligadas ao mar - os hidroaviões ao serviço do Aviação Naval de 1917 a 1952.
O avião anfíbio Grumman G-44, de origem norte americana, que esteve ao serviço de 1942 a 1952.
Três bons motivos para visitar o Museu da Marinha, para além da divulgação do passado marítimo português, não só militar como de actividades humanas ligadas ao mar - os hidroaviões ao serviço do Aviação Naval de 1917 a 1952.
Travessia do Atlantico Norte
No dia 8 de Maio 1919, os hidroaviões Curtiss NC-1, NC-3 e NC-4 descolaram de Rockway para Halifax (Nova Escócia) como primeira etapa, tendo o NC-4 tido uma avaria no motor que o obrigou a ficar em Chatham, Massachusetts, para reparação do mesmo.
No dia 10 de Maio, os NC-1 e NC-3 voaram para Trepassey em Newfoundland. Entretanto foram colocados 21 navios destroyers entre Cape Race e a ilha do Corvo (Açores), a intervalos de 50 kms para segurança do voo. No dia 16 de Maio, depois da chegada do NC-4 a Trepassey, saíram os três aviões para a grande travessia. O NC-3 desviou-se da rota dos navios e acabou por aterrar com dificuldades no Corvo, tendo ficado completamente danificado. O NC-1 consegui amarrar perto do Corvo sem problemas mas a ondulação não permitiu a sua descolagem, tendo andado à deriva até atingir a ilha de São Miguel e Ponta Delgada em 19 de Maio. O NC-4 conseguiu atingir as Flores, Faial e São Miguel, tendo amarado na Horta às 12h00 do dia 17 de Maio.
O Curtiss NC-4 foi o primeiro avião a fazer a travessia do Atlantico Norte (por etapas).
A chegada do Curtiss NC-4 a Lisboa em 27 de Maio de 1919.
A chegada do Curtiss NC-4 a Lisboa visto por um artista.
No dia 20 de Maio o NC-4 partiu para Ponta Delgada, de onde só descolou a 27 de Maio às 8h18, devido às condições meteorológicas, estando já estabelecida uma cadeia de navios de apoio entre os Açores e Lisboa. Ás 19h39 desse dia o NC-4 avistou o cabo da Roca, tendo amarado no rio Tejo às 20h01. Como é sabido, a primeira travessia do Atlantico Sul, foi efectuada por um hidroavião monomotor Fairey F III-D MkII, pilotado por Gago Coutinho e Sacadura Cabral em Março de 1922.
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