Breves Contos e Pontos 2
Dando uma fuçada no meu bau de fotos, encontrei algumas fotos antigas do meu avô, a maioria delas eu nem sei do que se trata.
Resolvi postar pois acho que valem como registro de uma época:
1 - Não sei qual é esse hidro grande que está ancorado na Baia de Guanabara, em frente ao Yatch Club e ao Morro da Urca, mas é bem parecido com o Jahú...poderia ser um hidro igual.
2 - Esses eu não sei que aviões são. O hidro está ancorado no cais do Yatch Club do Rio. O avião convencional está pousado no antigo Campo de Manguinhos, dá pra ver o palácio mourisco por trás dele.
3 - Gosto desas foto, tirada pelo meu avô, possivelmente de bordo de um dos Autogiros. A foto é da praia do Leblon, e ao fundo vê-se a Lagoa Rodrigo de Freitas: note-se que não havia prédios, eram só poucas casas. Pode-se ver a direita o canal que liga a lagoa ao mar, e divide as praias de Ipanema e Leblon.
NOTA: percebam no canto superior esquerdo o Corcovado já com o Cristo, e no superior direito o Pão de Açucar.
4 - Essa foto mostra minha avó sentada sobre o hidro de um amigo do meu avo, que ficava guardado na praia de Jurujuba, em Niteroi. Seria esse hidro o Savoia Marchetti que foi do Melo Maluco, e depois foi vendido ao Montenegro ??? Não sei.
5 - Essa foto tem uma descrição escrita no verso, a lapis, por meu avo. Foi tirada em Paris, 17/05/1913 !!! Ele está a frente, atras está um primo dele, e o avião é um Antoinette, de propriedade da Latham....(reparem no nome...coincidencia ??)
6 - Esse é um mini-postal, falando de um raid Rio - Buenos Aires em 1920. Não encontrei registros sobre esse tal de Edu na Internet...
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Essas não são tão boas quanto as outras, mas, acho que vale postar.
Pode ser que uma ou outra eu já tenha postado antes, em topicos anteriores que estão no Memorabilia.
Vou começar pelao Autogiros.
1 - Auto giro Kellet, que foi o primeiro a ser importado, montado e voado no Brasil, por Antonio Seabra (meu avo) e o Mello Maluco.
Não sei onde é essa foto, mas possivelmente é no SDU ou nos Afonsos.
2 - Autogiro Kellet, numa viagem do Rio a Cambuquira, MG, feita por meu avo em companhia do Mello Maluco, em 15/04/1931
No verso da foto estão comentarios de quem fotografou e enviou a foto para meu avô.
Está escrito (literalmente) algo como: "Recordações da visita que os "azes" Brasileiros, Mello e Seabra, fizeram, no já tão famoso "Gira sol", a Cambuquira"
Cambuquira, 15/04/1931
Dr.Floriano
3 - Autogiro Pitcairn
4 - Autogiro Avro
Nesta foto, minha avó, a atriz e produtora de cinema Carmen Santos, uma das pioneiras do cinema nacional, está sentada na lateral do aparelho
Note-se que o prefixo é o mesmo do avião Avro que está numa dessas fotos abaixo.
5 - Aeronca Hidro
6 - Aeronca e Avro, ambos de meu avo, no Yatch Club.
7 - Uma foto de meu avo, publicada numa revista de aviação da epoca, em 1944
8 - Fotos do Campo de Pouso de Manguinhos, vendo-se os Palacio Mourisco (hoje Fundação Osvaldo Cruz) e uma faixa de publicidade preparada para reboque, promovendo um aliquidação da loja Park Royal, famosa loja da epoca.
9 - Foto do Canal de São Simão, espetacular acidente geografico não mais existente no Rio Parana, ja que foi alagado pela Represa de Itaipú.
Foto aerea tirada por meu avô num voo ao local.
Finalmente, a unica lembrança fisica das aeronaves de meu avô, que me restou.
Ja tinha postado uma foto dela aqui no CR, mas agora, com uma lente grande angular, a foto dá uma dimensão mais real de como es´ta este elemento de decoraçaõ da minha casa.
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Eu realmente gosto dessas fotos antigas, não só das minhas, mas também das que outras pessoas postam.
Aos Master, Thiago, Keka e Alex, devo uma explicação: eu já coloquei um pouco da historia dele (da parte que eu conheço) em "pilulas", em diversos topicos aqui no CR. A maioria está lá no Memorabilia, local para onde eu pretendo migrar esses 2 topicos (condicionado ao aval da Administração, é logico), depois que eles pararem de ser visitados aqui no canal de Fotografias.
Realmente meu avo e.minha avo foram pessoas diferentes, um tanto especiais (talvez nem sempre pelo lado positivo, dependendo do enfoque de quem olha).
Ele era filho de milionario, industrial do tipo "self-made man", do ramo de tecidos. Ficou doente na infancia, com febre amarela, e como a "receita" para aquela doença era viver num clima frio, foi enviado para um internato na Suiça aos 7 anos, e só voltou de lá por volta dos 15-16 anos, com a aproximação da Primeira Guerra. Segundo filho homen (terceiro cronologicamente) numa familia de 4 filhos, não era o preferido do pai para a sequencia dos negocios da familia. Tornou-se então um tipo de Playboy, voltado para os esportes (natação, remo, esqui aquatico, iatismo, motocilismo (então insipiente) e aviação desportiva. Passou anos dedicado apenas a esse lado da vida, e deve realmente ter tido um vidão !!!
Com a morte prematura de seu irmão mais velho (quem for do Rio deve conhecer o palacete da Praia do Flamengo, onde está a fundação Julieta Serpa e onde funciona um restaurante, proximo a Oswaldo Cruz, que era a casa do meu tio-avô) teve de assumir o lugar de substituto do pai nos negocios. E, embora fosse um homem de ideias largas e de excelente visão de futuro, não era propriamente um business man: sua educação suiça o fizera credulo demais e educado demais para o mundo selvagem dos negocios.
Embora não fosse um exibicionista, tinha gosto apurado e gostava das coisas de qualidade. O dinheiro que ganhava nos negocios do pai ajudou, e ele pode comprar e possuir diversos aviões, iates,carros e motos, sempre avançados para epoca, e da melhor qualidade.
Entre os carros posso destacar Packard esportivos, Duesenberg, Pierce Arrow, Voisin, Lincoln, e mais adiante, La Salle, Chrysler (com cambio automatico, em 1950) e alguns Cadillacs. Em 1922 fez um raid do Rio a São Paulo e ficou satisfeito com o baixo tempo obtido para o percurso: 2 dias !!!!
As primeiras motos foram Peugeot, mas nos anos 30-40 gostava e usava motos "Indian", marca concorrente das Harley Davidson, e que tinha até mais prestigio, na epoca.
Mandou fabricar na Europa uma lancha de 43 pés, então bastante confortável , com motor alemão Maybach (marca de prestigio, hoje pertencente a Mercedes Benz) e teve dois veleiros oceanicos, um de 45 pes e outro de 72 pés.
Possuiu cerca de 7 aviões, dos quais o mais notavel (pra mim) foi o Ryan que está no meu avatar e cuja foto reproduzo abaixo. Com ele ganhou a corrida do 1°Circuito Aereo do Rio de Janeiro, em 1936 (sempre erro essa data !). E, além deles, teve 3 ou 4 autogiros, sendo um deles em sociedade.
Envolveu-se na fundação da fabrica de aviões de Lagoa Santa, que tinha a pretensão de fabricar um Tri-motor, mas que acabou sendo um grande fiasco. Perdeu muito dinheiro nesse negocio, pela desonestidade de um dos socios, que desviou largas verbas apra a Europa. Com a aprorximação da Segunda Guerra a fabrica acabou sendo assumida pelo governo, para fabricar aviões militares.
Minha avo era portuguesa de nascimento, tendo vindo menina para o Brasil, com os pais. Eram pobres, e ela trabalhou desde cedo, não tendo tempo para os estudos. Envolveu-se muito cedo com o cinema, uma arte em desenvolvimento. Meu avo a conheceu quando ela era ainda bem jovem, e incentivou a carreira da atriz, financiando muito de seus projetos. O namoro não era aceito pelo pai dele, afinal era uma atriz que já posara semi-nua nos inicio dos anos 20 ! Ele tinha outras namoradas "oficiais", mas não se separava dela, até que tiveram 2 filhos, minha tia e meu pai. Acabaram vivendo juntos e até casando-se, mais tarde. Com o dinheiro dele impulsionando seus projetos, ela tornou-se uma especie de icone do cinema nacional, construindo um grande Studio (que posteriormente foi usado pela Globo, do inicio dos anos 70 até a inauguração do Projac, já em torno do ano 2000), estudando, aculturando-se, e na forma de uma mulher a frente do seu tempo, criando filmes de vanguarda, e projetando diversos atores, diretores e cinegrafistas. Nunca teve o retorno de midia esperado e merecido, mas é cultuada por aqueles que realmente entendem dos primordios de nosso cinema. Chamava-se Carmen Santos. Faleceu prematuramente, no inicio dos anos 50, aos 48 anos.
Depois da guerra, e com alguns reveses comerciais, meu avo já não tnha mais o poder financeiro pra continuar fomentando seus sonhos. O incio dos anos 60 já o encontrou vivendo uma vida quase pacata, sem grandes luxos e sem voar. As vezes voava no Beech de uma mineradora da qual era, então, socio minoritario. Não revalidou sua carteira, mas, eventualmente, o piloto da mineradora o deixava "brincar um pouco". Coisas da epoca...
Master, eu tenho pudor de contar estorias dele na aviação, porque não as conheço bem, e tenho medo de incorrer em inverdades. E, também, porque já não tenho mais a quem consultar sobre o assunto, e que me possa dar informações confiáveis. Os que conheciam bem essas estórias, já não estão mais aqui conosco. Só posso assegurar que ele era uma pessoa muito querida, e reverenciada como audaz, bom piloto, bom iatista e bom desportista de forma geral. Era muito interessado no aspecto tecnico da aviação.
Aqui no Brasil, voou como passageiro no Graf Zeppelin, apoiou as escolas de aviação, os aeroclubes, a instalação de campos de pouso (Yatch Club e Manguinhos, hoje inexistentes),
a Latecoere e a Aeronautica (onde tinha muito amigos).
Com ele aprendi muita coisa: ele me deixava aos 13 anos guiar o seu Volksvagen 1300 1967, seu carro de seu final de vida, no qual ele me levava ao "autodrome" (com sotaque frances...) para assistir as corridas. E as vezes, quando saimos juntos, eu guiava o carro de sua namorada da epoca, que usava um Karmann Ghia escolhido e dado por ele; aprendi a falar o pouco de frances que me socorre quando eu viajo para a França, aprendi a remar barcos de regata, aprendi o pouco que sei sobre velejar e navegar, e aprendi alguma coisinha sobre aviação, quando, ainda menino de 7-12 anos, ele me explicava como executar uma chandelle ou como sair de um parafuso...Talvez, e principalmente, aprendi a ter paixão pela mecanica, o que me levou a me tornar Engenheiro Mecanico.
O veleiro de 72 pés em frente a casa de fim de semana em Niteroi, que tinha um hangar e uma rampa para subir e hangarar os hidros.
Bom pessoal, isso deve dar a dimensão desse casal, que viveu intensamente e muito a frente de seu tempo.
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Resolvi postar pois acho que valem como registro de uma época:
1 - Não sei qual é esse hidro grande que está ancorado na Baia de Guanabara, em frente ao Yatch Club e ao Morro da Urca, mas é bem parecido com o Jahú...poderia ser um hidro igual.
2 - Esses eu não sei que aviões são. O hidro está ancorado no cais do Yatch Club do Rio. O avião convencional está pousado no antigo Campo de Manguinhos, dá pra ver o palácio mourisco por trás dele.
3 - Gosto desas foto, tirada pelo meu avô, possivelmente de bordo de um dos Autogiros. A foto é da praia do Leblon, e ao fundo vê-se a Lagoa Rodrigo de Freitas: note-se que não havia prédios, eram só poucas casas. Pode-se ver a direita o canal que liga a lagoa ao mar, e divide as praias de Ipanema e Leblon.
NOTA: percebam no canto superior esquerdo o Corcovado já com o Cristo, e no superior direito o Pão de Açucar.
4 - Essa foto mostra minha avó sentada sobre o hidro de um amigo do meu avo, que ficava guardado na praia de Jurujuba, em Niteroi. Seria esse hidro o Savoia Marchetti que foi do Melo Maluco, e depois foi vendido ao Montenegro ??? Não sei.
5 - Essa foto tem uma descrição escrita no verso, a lapis, por meu avo. Foi tirada em Paris, 17/05/1913 !!! Ele está a frente, atras está um primo dele, e o avião é um Antoinette, de propriedade da Latham....(reparem no nome...coincidencia ??)
6 - Esse é um mini-postal, falando de um raid Rio - Buenos Aires em 1920. Não encontrei registros sobre esse tal de Edu na Internet...
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Essas não são tão boas quanto as outras, mas, acho que vale postar.
Pode ser que uma ou outra eu já tenha postado antes, em topicos anteriores que estão no Memorabilia.
Vou começar pelao Autogiros.
1 - Auto giro Kellet, que foi o primeiro a ser importado, montado e voado no Brasil, por Antonio Seabra (meu avo) e o Mello Maluco.
Não sei onde é essa foto, mas possivelmente é no SDU ou nos Afonsos.
2 - Autogiro Kellet, numa viagem do Rio a Cambuquira, MG, feita por meu avo em companhia do Mello Maluco, em 15/04/1931
No verso da foto estão comentarios de quem fotografou e enviou a foto para meu avô.
Está escrito (literalmente) algo como: "Recordações da visita que os "azes" Brasileiros, Mello e Seabra, fizeram, no já tão famoso "Gira sol", a Cambuquira"
Cambuquira, 15/04/1931
Dr.Floriano
3 - Autogiro Pitcairn
4 - Autogiro Avro
Nesta foto, minha avó, a atriz e produtora de cinema Carmen Santos, uma das pioneiras do cinema nacional, está sentada na lateral do aparelho
Note-se que o prefixo é o mesmo do avião Avro que está numa dessas fotos abaixo.
5 - Aeronca Hidro
6 - Aeronca e Avro, ambos de meu avo, no Yatch Club.
7 - Uma foto de meu avo, publicada numa revista de aviação da epoca, em 1944
8 - Fotos do Campo de Pouso de Manguinhos, vendo-se os Palacio Mourisco (hoje Fundação Osvaldo Cruz) e uma faixa de publicidade preparada para reboque, promovendo um aliquidação da loja Park Royal, famosa loja da epoca.
9 - Foto do Canal de São Simão, espetacular acidente geografico não mais existente no Rio Parana, ja que foi alagado pela Represa de Itaipú.
Foto aerea tirada por meu avô num voo ao local.
Finalmente, a unica lembrança fisica das aeronaves de meu avô, que me restou.
Ja tinha postado uma foto dela aqui no CR, mas agora, com uma lente grande angular, a foto dá uma dimensão mais real de como es´ta este elemento de decoraçaõ da minha casa.
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Eu realmente gosto dessas fotos antigas, não só das minhas, mas também das que outras pessoas postam.
Aos Master, Thiago, Keka e Alex, devo uma explicação: eu já coloquei um pouco da historia dele (da parte que eu conheço) em "pilulas", em diversos topicos aqui no CR. A maioria está lá no Memorabilia, local para onde eu pretendo migrar esses 2 topicos (condicionado ao aval da Administração, é logico), depois que eles pararem de ser visitados aqui no canal de Fotografias.
Realmente meu avo e.minha avo foram pessoas diferentes, um tanto especiais (talvez nem sempre pelo lado positivo, dependendo do enfoque de quem olha).
Ele era filho de milionario, industrial do tipo "self-made man", do ramo de tecidos. Ficou doente na infancia, com febre amarela, e como a "receita" para aquela doença era viver num clima frio, foi enviado para um internato na Suiça aos 7 anos, e só voltou de lá por volta dos 15-16 anos, com a aproximação da Primeira Guerra. Segundo filho homen (terceiro cronologicamente) numa familia de 4 filhos, não era o preferido do pai para a sequencia dos negocios da familia. Tornou-se então um tipo de Playboy, voltado para os esportes (natação, remo, esqui aquatico, iatismo, motocilismo (então insipiente) e aviação desportiva. Passou anos dedicado apenas a esse lado da vida, e deve realmente ter tido um vidão !!!
Com a morte prematura de seu irmão mais velho (quem for do Rio deve conhecer o palacete da Praia do Flamengo, onde está a fundação Julieta Serpa e onde funciona um restaurante, proximo a Oswaldo Cruz, que era a casa do meu tio-avô) teve de assumir o lugar de substituto do pai nos negocios. E, embora fosse um homem de ideias largas e de excelente visão de futuro, não era propriamente um business man: sua educação suiça o fizera credulo demais e educado demais para o mundo selvagem dos negocios.
Embora não fosse um exibicionista, tinha gosto apurado e gostava das coisas de qualidade. O dinheiro que ganhava nos negocios do pai ajudou, e ele pode comprar e possuir diversos aviões, iates,carros e motos, sempre avançados para epoca, e da melhor qualidade.
Entre os carros posso destacar Packard esportivos, Duesenberg, Pierce Arrow, Voisin, Lincoln, e mais adiante, La Salle, Chrysler (com cambio automatico, em 1950) e alguns Cadillacs. Em 1922 fez um raid do Rio a São Paulo e ficou satisfeito com o baixo tempo obtido para o percurso: 2 dias !!!!
As primeiras motos foram Peugeot, mas nos anos 30-40 gostava e usava motos "Indian", marca concorrente das Harley Davidson, e que tinha até mais prestigio, na epoca.
Mandou fabricar na Europa uma lancha de 43 pés, então bastante confortável , com motor alemão Maybach (marca de prestigio, hoje pertencente a Mercedes Benz) e teve dois veleiros oceanicos, um de 45 pes e outro de 72 pés.
Possuiu cerca de 7 aviões, dos quais o mais notavel (pra mim) foi o Ryan que está no meu avatar e cuja foto reproduzo abaixo. Com ele ganhou a corrida do 1°Circuito Aereo do Rio de Janeiro, em 1936 (sempre erro essa data !). E, além deles, teve 3 ou 4 autogiros, sendo um deles em sociedade.
Envolveu-se na fundação da fabrica de aviões de Lagoa Santa, que tinha a pretensão de fabricar um Tri-motor, mas que acabou sendo um grande fiasco. Perdeu muito dinheiro nesse negocio, pela desonestidade de um dos socios, que desviou largas verbas apra a Europa. Com a aprorximação da Segunda Guerra a fabrica acabou sendo assumida pelo governo, para fabricar aviões militares.
Minha avo era portuguesa de nascimento, tendo vindo menina para o Brasil, com os pais. Eram pobres, e ela trabalhou desde cedo, não tendo tempo para os estudos. Envolveu-se muito cedo com o cinema, uma arte em desenvolvimento. Meu avo a conheceu quando ela era ainda bem jovem, e incentivou a carreira da atriz, financiando muito de seus projetos. O namoro não era aceito pelo pai dele, afinal era uma atriz que já posara semi-nua nos inicio dos anos 20 ! Ele tinha outras namoradas "oficiais", mas não se separava dela, até que tiveram 2 filhos, minha tia e meu pai. Acabaram vivendo juntos e até casando-se, mais tarde. Com o dinheiro dele impulsionando seus projetos, ela tornou-se uma especie de icone do cinema nacional, construindo um grande Studio (que posteriormente foi usado pela Globo, do inicio dos anos 70 até a inauguração do Projac, já em torno do ano 2000), estudando, aculturando-se, e na forma de uma mulher a frente do seu tempo, criando filmes de vanguarda, e projetando diversos atores, diretores e cinegrafistas. Nunca teve o retorno de midia esperado e merecido, mas é cultuada por aqueles que realmente entendem dos primordios de nosso cinema. Chamava-se Carmen Santos. Faleceu prematuramente, no inicio dos anos 50, aos 48 anos.
Depois da guerra, e com alguns reveses comerciais, meu avo já não tnha mais o poder financeiro pra continuar fomentando seus sonhos. O incio dos anos 60 já o encontrou vivendo uma vida quase pacata, sem grandes luxos e sem voar. As vezes voava no Beech de uma mineradora da qual era, então, socio minoritario. Não revalidou sua carteira, mas, eventualmente, o piloto da mineradora o deixava "brincar um pouco". Coisas da epoca...
Master, eu tenho pudor de contar estorias dele na aviação, porque não as conheço bem, e tenho medo de incorrer em inverdades. E, também, porque já não tenho mais a quem consultar sobre o assunto, e que me possa dar informações confiáveis. Os que conheciam bem essas estórias, já não estão mais aqui conosco. Só posso assegurar que ele era uma pessoa muito querida, e reverenciada como audaz, bom piloto, bom iatista e bom desportista de forma geral. Era muito interessado no aspecto tecnico da aviação.
Aqui no Brasil, voou como passageiro no Graf Zeppelin, apoiou as escolas de aviação, os aeroclubes, a instalação de campos de pouso (Yatch Club e Manguinhos, hoje inexistentes),
a Latecoere e a Aeronautica (onde tinha muito amigos).
Com ele aprendi muita coisa: ele me deixava aos 13 anos guiar o seu Volksvagen 1300 1967, seu carro de seu final de vida, no qual ele me levava ao "autodrome" (com sotaque frances...) para assistir as corridas. E as vezes, quando saimos juntos, eu guiava o carro de sua namorada da epoca, que usava um Karmann Ghia escolhido e dado por ele; aprendi a falar o pouco de frances que me socorre quando eu viajo para a França, aprendi a remar barcos de regata, aprendi o pouco que sei sobre velejar e navegar, e aprendi alguma coisinha sobre aviação, quando, ainda menino de 7-12 anos, ele me explicava como executar uma chandelle ou como sair de um parafuso...Talvez, e principalmente, aprendi a ter paixão pela mecanica, o que me levou a me tornar Engenheiro Mecanico.
O veleiro de 72 pés em frente a casa de fim de semana em Niteroi, que tinha um hangar e uma rampa para subir e hangarar os hidros.
Bom pessoal, isso deve dar a dimensão desse casal, que viveu intensamente e muito a frente de seu tempo.
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SIGLAS DE VIATURAS DE BOMBEIROS
Ambulância de Socorro – ABSC
Ambulância de Cuidados Intensivos – ABCI
Ambulância de Transporte de Doentes - ABTD
Ambulância de Transporte Múltiplo – ABTM
Veículo de Socorro e Assistência Médica – VSAM
Veículos para Operações Específicas – VOPE
Veículo de Transporte de Pessoal Táctico – VTPT
Veículo de Transporte de Pessoal Geral – VTPG
Veículo de Comando e Comunicações – VCOC
Veículo de Comando Táctico – VCOT
Veículo de Protecção Multiriscos Especial - VPME
Veículo de Socorro e Assistência Especial - VSAE
Veículo de Socorro e Assistência Táctico - VSAT
Veículo com Plataforma Giratória – VP30 (n.º de metros)
Veículo com Escada Giratória – VE32 (n.º de metros)
Veículo de Apoio a Mergulhadores - VAME
Veículo de Apoio Alimentar - VAPA
Veículo com Equipamento Técnico de Apoio - VETA
Veículo Tanque Grande Capacidade - VTGC
Veículo Tanque Táctico Florestal - VTTF
Veículo Tanque Táctico Rural - VTTR
Veículo Tanque Táctico Urbano - VTTU
Veículo Especial de Combate a Incêndios - VECI
Veículo Urbano de Combate a Incêndios - VUCI
Veículo Rural de Combate a Incêndios - VRCI
Veículo Florestal de Combate a Incêndios - VFCI
Veículo Ligeiro de Combate a Incêndios – VLCI
Ambulância de Socorro – ABSC
Ambulância de Cuidados Intensivos – ABCI
Ambulância de Transporte de Doentes - ABTD
Ambulância de Transporte Múltiplo – ABTM
Veículo de Socorro e Assistência Médica – VSAM
Veículos para Operações Específicas – VOPE
Veículo de Transporte de Pessoal Táctico – VTPT
Veículo de Transporte de Pessoal Geral – VTPG
Veículo de Comando e Comunicações – VCOC
Veículo de Comando Táctico – VCOT
Veículo de Protecção Multiriscos Especial - VPME
Veículo de Socorro e Assistência Especial - VSAE
Veículo de Socorro e Assistência Táctico - VSAT
Veículo com Plataforma Giratória – VP30 (n.º de metros)
Veículo com Escada Giratória – VE32 (n.º de metros)
Veículo de Apoio a Mergulhadores - VAME
Veículo de Apoio Alimentar - VAPA
Veículo com Equipamento Técnico de Apoio - VETA
Veículo Tanque Grande Capacidade - VTGC
Veículo Tanque Táctico Florestal - VTTF
Veículo Tanque Táctico Rural - VTTR
Veículo Tanque Táctico Urbano - VTTU
Veículo Especial de Combate a Incêndios - VECI
Veículo Urbano de Combate a Incêndios - VUCI
Veículo Rural de Combate a Incêndios - VRCI
Veículo Florestal de Combate a Incêndios - VFCI
Veículo Ligeiro de Combate a Incêndios – VLCI
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