TAP em livro

TAP em livro – A história que faltava contar

A história da TAP, finalmente em livro, de Alexandre Coutinho, Alda Rocha e André Garcez.
1948 Inauguração da Linha TAP Lisboa-Paris em 1948
Todos temos uma opinião sobre ela. Há quem a ame, quem a odeie, quem voe exclusivamente nas suas asas.
Confesso que quando estou no estrangeiro e vejo o logotipo verde e encarnado não escondo uma ponta de orgulho. E em todas as minhas viagens – que têm sido muitas, em trabalho – não tenho uma única razão de queixa. A TAP desempenhou um papel importante na história de Portugal do século XX, mas faltava ainda escrever a sua história.



Com a privatização marcada para 2014, os jornalistas Alexandre Coutinho e Alda Rocha deitaram mãos à obra, com fotografia de André Garcez, e o resultado é um magnífico livro, “TAP-Air Portugal – A História da Companhia Aérea (1945-2013)”, que reúne histórias, testemunhos e fotos únicas deste autêntico património nacional. Desde os DC-3 Dakota aos mais recentes A330, sem esquecer os Super Constellation, os primeiros jactos Caravelle, os Jumbos 747… e os muitos pilotos, tripulantes, técnicos e funcionários da companhia aérea de bandeira.
A pesquisa no Centro de Documentação do Museu TAP e no arquivo da ANA Aeroportos de Portugal permitiu obter imensa informação, bem como a recolha de depoimentos dos principais protagonistas da história da TAP. Bibliografia dispersa, documentos e arquivos pessoais ajudaram também os autores a concretizar este álbum, em formato grande, com 224 páginas e recheado com belas fotos actuais de André Garcez e imagens gloriosas do arquivo da companhia portuguesa, como estas que mostramos aqui.







A Papel falou com Alda Rocha, uma das autoras, sobre a obra que é hoje apresentada na Feira do Livro, pelas 18.30, após um primeiro lançamento no apropriado ambiente do Aeoroporto de Lisboa. Um livro com edição limitada a 1000 exemplares, da Contra a Corrente.


Quanto tempo demoraram a escrever o livro?
Levou um ano a pôr tudo isto de pé, entre pesquisa, entrevistas, escrita e produção.



Das muitas histórias divertidas que foram contadas no lançamento podes contar aquela operação que obrigava a usar 20 homens?
Foi no tempo dos Skymaster, porque não havia plataforma com altura suficiente, então o mecânico-chefe contratava uns 20 homens que entravam pela parte da frente do avião e depois iam, um por um, para a traseira, até que a cauda assentasse no chão. Depois amarravam-se uns pesos e fazia-se a reparação. No fim, claro, era preciso fazer a operação inversa!



Dado que é uma edição limitada onde se pode comprar o livro?
O livro pode ser enviado à cobrança, basta mandar um email para livroscontraacorrente@gmail.com
Está à venda em algumas livrarias. Em Lisboa: Palavra de Viajante, Barata (av. Roma) e El Corte Ingles; em Gaia, El Corte Ingles; em Vila Franca de Xira, Mensagem Aberta; em Loures, Papelaria Clip; em Ponta Delgada, livraria Gil; e no aeródromo de Tires, na loja da Leavia.


Do muito material inédito que recolheram para o livro o que destacam mais?
A crise do paquete Santa Maria, em 1961, o navio que foi desviado por Henrique Galvão. Havia informações de que o paquete ia sair do Recife em direcção a Luanda. Foram mobilizados os três Super Constellation da TAP para a ilha do Sal. Um dos aviões, inclusive, seguiu esvaziado de bancos. Eram os aviões com maior raio de alcance para patrulharem o Atlântico Sul. Os aviões da TAP foram requisitados pelo chefe do Estado-Maior da Força Aérea. Também seguiram para o Sal aviões da Força Aérea com bombas a bordo. Temos um mecânico da TAP a contar-nos que foi para o Sal e ajudou a descarregar as bombas dos aviões da Força Aérea e depois voltou a carregá-las para os aviões da Força Aérea, porque entretanto quem tinha desviado o paquete rendeu-se no Recife. A convicção do mecânico é de que as bombas eram para seguir nos Super Constellation para afundar o navio, caso zarpasse do Recife.



A criação do núcleo museológico da TAP partiu da iniciativa do Conselho de Gerência e remonta a 1978, tendo a sua inauguração oficial ocorrido somente a 14 de março de 1985, integrada nas comemorações do 40º aniversário da empresa.
Em novembro de 1997, com a proximidade da Expo'98 e após um período de cerca de dez anos de indefinição, foi-lhe atribuída uma equipa de trabalho permanente cuja principal tarefa de retaguarda tem sido classificar, inventariar e conservar o seu espólio, com vista à preservação e divulgação da história da TAP.
Contudo, as limitações do espaço expositivo na sede da Empresa junto ao aeroporto de Lisboa, não permitiam corresponder a todas as solicitações e foi graças ao interesse sempre demonstrado pelo público e por numerosas organizações, entre elas a Força Aérea Portuguesa, que participou em numerosos eventos de relevo, que a situação se resolveu.
É reconhecido que, ao longo da sua existência, a Força Aérea Portuguesa e os Transportes Aéreos Portugueses operaram e partilharam recursos e grande afinidade histórica. Como tal, a 14 de outubro de 2009, no âmbito das Comemorações do Centenário da Aviação em Portugal, foi assinado um protocolo entre as duas entidades com o objetivo de preservar a memória da aviação nacional, militar e civil e de divulgar a História da Aviação em Portugal.
Alguns meses mais tarde, a 29 de janeiro de 2010, foram abertas ao público as novas instalações do Museu do Ar, na Granja do Marquês, Sintra, numa parceria tripartida entre os museus da Ana-Aeroportos, da Força Aérea e da TAP Portugal.
Aproximadamente, dois anos depois deu-se início à segunda fase das obras de requalificação. Finalizada que foi a reabilitação do espaço museológico, a nova área expositiva do Museu do Ar reabriu as suas portas no dia 29 de junho de 2012.
A coleção patente ao público apresenta uma exposição sobre a História da Aviação em Portugal, nas suas vertentes militar e civil, onde o visitante encontrará 40 aeronaves, entre as quais o DC3 da TAP, simuladores, motores e outros objetos. No hangar principal, um painel fotográfico conta a história dos 100 anos da Aviação em Portugal.
Encontra-se, igualmente, aberta ao público a Sala dos Pioneiros onde podem ser vistos objetos vários relacionados com os aviadores portugueses que contribuíram com o seu pioneirismo para o progresso da aviação.
O Museu do Ar tem ainda uma biblioteca com 5000 títulos, disponível para consulta do público em geral e uma Sala de Multimédia patrocinada pela Câmara Municipal de Sintra.
Ficando a área expositiva da TAP em espaço próprio no Museu do Ar, em Sintra, manteve-se no reduto TAP, junto ao aeroporto de Lisboa, o Sector de Documentação e Arquivo do Museu TAP onde, mediante marcação prévia, poderá ser consultada documentação tão diversificada como diários de navegação, fotografias, manuais ou material publicitário


 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Volkswagen Carocha 1300 com 2 Portas de 1968

UTIC

História das aeronaves militares Portuguesas