Dornier Do J Wal "Atlântico" 1927-1930

 Com a ajuda de empresários e políticos, Otto Meyer (fundador da VARIG) embarcou para a Alemanha, em novembro de 1926, para adquirir aeronaves, materiais e pessoal para operar os aviões. Ele fechou um acordo com a companhia aérea alemã Condor Syndikat, onde a Condor adquiriu 21% das ações da VARIG em troca da aeronave Dornier Wal, que no Brasil foi batizado de "Atlântico". O P-BAAA foi matriculado na folha 01 do Livro de Registro Aeronáutico Brasileiro. Com o Atlântico teve início os voos regulares no país. Em 3 de fevereiro de 1927 realizou o primeiro voo comercial do Brasil, operando a Linha da Lagoa - ligando Porto Alegre a Pelotas e Rio Grande. Inicialmente o voo era operado pela Condo Syndikat com tripulantes alemães. No dia 15 de junho, a aeronave e a rota foram transferidas para a VARIG. O embarque era um tanto primitivo, da qual participavam pessoalmente o fundador da companhia e o primeiro funcionário - Ruben Berta. Ambos remavam no barco que levava os passageiros até a aeronave. Os passageiros eram reunidos no cais do porto para serem transportados até a Ilha Grande dos Marinheiros, onde os bilhetes eram conferidos. A pesagem incluía bagagem e peso de cada pessoa, sendo cobrado excesso se a somatória superasse 75 quilos. O primeiro passageiro da VARIG foi o senhor Guilherme Gastal, no primeiro voo, ainda experimental, entre Porto Alegre e Rio Grande.

Dornier Wal “Atlântico”, o primeiro avião da Varig

Além do comandante Von Clausbruch, o Atlântico contava com um piloto-mecânico que podia fazer reparos nos motores Roll Royce em pleno voo. Os dois permaneciam na parte de fora da aeronave durante todo o voo e para isso precisavam usar pesados casacos e capacetes de couro, óculos protetores, mantas, luvas e botas. Em setembro de 1927 a VARIG construiu uma rampa e oficinas na Ilha Grande dos Marinheiros para servir com base de operações e manutenção do Atlântico. A decolagem adquiria ares dramáticos, quando o senhor Oswaldo Muller era convocado para pilotar uma lancha com intuito de fazer ondas, para dar "aquele pulinho essencial" para ajudar o Atlântico a subir. O voo era feito a uma altitude de 20 a 50 metros da água, a uma velocidade de 160 km/h. O tempo de voo entre Porto Alegre e Pelotas era em média de duas horas e o voo entre Pelotas e Rio Grande de 20 minutos.

O Atlântico era um hidroavião "bote voador" Dornier Wal (Wal é baleia em alemão) com duas hélices de quatro pás, tipo "Heine" e voou pela VARIG até 2 de julho de 1930, quando foi transferido para o Syndicato Condor Ltda. Em 1933, no Rio de Janeiro, foi desmontado e suas peças vendidas como sucata.


Nº de unidades operadas: 1

Projeto: Claudius Dornier, Alemanha

Construtor: Construzioni Meccaniche Aeronautike S.A., Itália

Modelo: Dornier Wal

Nº de construção: 34

Ano de construção: 1925

Motor: Dois Rolls Royce Eagle IX de 360 C.V. cada.

Envergadura da asa: 22,50 m

Comprimento: 17,45 m

Altura: 4,30 m

Velocidade de cruzeiro: 150 Km/h

Alcance de vôo: 1000 Km

Autonomia: 09 hs

Altitude máxima de vôo: 2000 m

Peso da aeronave vazia: 3400 Kg

Peso máximo de decolagem: 5500 Kg

Tripulação técnica: 02 (1 piloto e 1 mecânico de vôo)

Lotação máxima: 09 passageiros

Capacidade máxima de combustível: 100 litros

Consumo normal: 07/09 litros/h



https://tokdehistoria.com.br/tag/dornier-wal/



https://bafafa.com.br/turismo/historias-do-rio/dornier-o-transatlantico-voador-parou-o-rio-de-janeiro-em-1931



 

 

 


Comentários

  1. Uma das hélices do Atlântico havia sido preservada no antigo Museu Varig em Porto Alegre, cujo acervo até onde eu saiba ainda está entre os bens da massa falida, mas consta-se que a hélice desapareceu.

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