A história do Volkswagen Pão de Forma
Bulli na Alemanha, Kombi no Brasil ou Pão de Forma, como foi
carinhosamente alcunhada em Portugal, a Volkswagen Type 2 nasceu para servir na
década de 1950 e tornou-se num dos modelos comercialmente mais bem-sucedidos na
história da marca alemã e um dos automóveis mais emblemáticos alguma vez
produzidos. Foi impulsionador do Milagre Económico na Europa, símbolo da paz e
liberdade, durante o florescimento da era hippie, e marcou gerações.
A
produção da Type 2 (o Carocha era o Type 1) arrancou em 1949 como um dos
produtos que simbolizava a recuperação económica na Europa do pós-guerra. Era
grande a procura por veículos comerciais nesse período e a Volkswagen, atenta
às exigências da procura, desenvolveu um veículo com as características
adequadas. A ideia original, no entanto, veio da mente de um importador de
automóveis holandês, Ben Pon, que esteve de visita às instalações da Volkswagen
em Wolfsburgo, onde encontrou um veículo singular, o PlattenWagen: um carro de
trabalho improvisado pelos próprios operários para o transporte das peças
maiores no interior da fábrica. Com base neste veículo muito simples e de
linhas toscas, criou o esboço que daria origem ao furgão do planeta, o Pão de
Forma.
Inicialmente
a marca propunha apenas duas variantes mais vocacionadas para o trabalho, a
Kombi e a Comercial, sendo o Microbus, o original da famosa Transporter,
apresentado em março de 1950. O modelo manteve-se em produção durante mais de
70 anos, ultrapassando as 12 milhões de unidades vendidas.
Volkswagen
T1 (1950-1967)
A primeira geração, de nome T1, foi oficializada em 1950. Estava
equipada com motor traseiro tipo boxer, quatro cilindros e 1131 cc de
cilindrada, capaz de debitar 25 cv às 3300 rpm. A velocidade máxima era de 80
km/h e o seu êxito foi tal que, 1954, a Volkswagen já tinha ultrapassado as
100.000 unidades fabricadas em três dezenas de versões distintas: a versão base
tinha 11 janelas, mas fabricou-se em versões de 15 e 23 janelas, a belíssima
DeLuxe Sunroof.
A
imagem de marca desta geração era o “splitscreen”, o vidro dianteiro que estava
separado por um pequeno pilar. O modelo recebeu várias modificações estéticas
e, em 1963, a porta lateral dupla foi substituída por uma de correr, mais
prática. Fabricaram-se 1,8 milhões do modelo T1, com motores de até 1,5 litros
de capacidade e 50 cv de potência.
Volkswagen
T2 (1967-1979)
A Volkswagen Transporter T2, lançada no mercado em 1967, cresceu
em todas as direções: tamanho, potência, conforto e segurança. O desenho também
mudou, com a marca a abandonar a solução de para-brisas cortado, que substituiu
por uma só peça curva. Os motores, ainda instalados atrás, estavam disponíveis
em versões de 1.6 a 2.0 litros e com potências entre os 47 e os 91 cv. Esta foi
a geração mais popular do Pão de forma, muito ligado aos movimentos de
contracultura dos anos 60 e 70 do século XX. A T2 foi descontinuada na Europa
em 1979, mas continuou a ser produzida noutras fábricas pelo mundo.
2013, o adeus
do mito
Depois
de 56 anos de produção ininterrupta, a fábrica brasileira de São Bernardo do
Campo, no estado de São Paulo, colocou um ponto final no fabrico da T2. Em
julho de 2013, saíram daquela linha de montagem as últimas 600 unidades do
modelo que conservava as características do original da década de 50, e que se
foram perdendo nas gerações seguintes.
Volkswagen
T3 (1979-1990)
A Transporter T3 foi a maior e a mais confortável, mas também
aquela que marcou o corte definitivo com a estética original do Pão de Forma.
Trouxe consigo várias inovações, como a adoção de motores Diesel, a opção de
tração integral e caixa automática e “mimos” como o ar condicionado. A oferta
de versões também aumentou, com a Caravelle, equipada com um motor de 2.1
litros capaz de atingir 150 km/h, a ser uma das mais populares.
Volkswagen
T4 (1990-2003)
No arranque da década de 90, a Volkswagen sentiu a necessidade
de reinventar o seu furgão mais popular e, na geração T4, o modelo diz adeus ao
motor traseiro e à refrigeração por ar. A marca introduziu novas mecânicas de
quatro e cinco cilindros, com destaque para as unidades a gasóleo com sobrealimentação
e injeção direta. O espaço a bordo, o conforto e a capacidade de carga eram
pontos fortes, mas o verdadeiro progresso fez-se na qualidade da dinâmica e nas
prestações.
Volkswagen
T5 (2003-2015)
A história da Volkswagen Transporter continuou com a discreta
T5, melhorada em praticamente todas as áreas, desde a tecnologia até à
segurança, sem esquecer o equipamento e as dimensões. Estreou os motores 2.0
TDI de quatro cilindros, entre os quais se destacava a versão biturbo com caixa
automática DSG de sete velocidades. Um verdadeiro luxo.
Volkswagen
T6 (2015-2021)
Na Transporter T6, a marca alemã eleva a fasquia da
exclusividade. Foi o modelo que mais evoluiu em matéria de capacidade de carga
e tecnologia, oferecendo já sistemas de conetividade a bordo e motorizações
muito eficientes para cumprirem as cada vez mais exigentes normas antipoluição.
Volkswagen
T7 (2022)
O Multivan de sétima geração é o primeiro construído de raiz só
como veículo de passageiros, sem derivar do comercial Transporter. Perfeita
para férias, ideal para famílias numerosas, prática como os carros normais, não
tem muitas coisas do mítico Pão de Forma, mas nunca esteve tão próximo do
conceito monovolume. Assenta na plataforma transversal modular MQB do Grupo VW,
a mesma que serve o Golf ou o Passat, a permitir vários níveis de
eletrificação. No arranque da comercialização, no início do próximo ano, haverá
uma motorização híbrida plug-in (218 cv) no catálogo, ao lado de dois motores
turbo a gasolina – o Diesel com 150 cv completa a gama na segunda fase do
lançamento.
O
futuro será elétrico
Por ocasião da revelação oficial do SUV-Coupé ID.5, a Volkswagen
fez questão de dar mais provas de empenho na sua estratégia de conversão da sua
gama de modelos para uma boa parte de veículos elétricos. Plano que não deixará
de fora os comerciais.
Confirmou-o
com a apresentação em primeira-mão da versão final do ID.Buzz, a
reinterpretação moderna das gerações T1 e T2 do mítico Pão de Forma. Ainda
debaixo de forte camuflagem, a revelação permite já observar algumas evoluções
da estética face ao protótipo apresentado em 2017. Estará disponível nas
versões de carga e de passageiros, usando várias derivações da plataforma MEB,
com diferentes distâncias entre eixos e baterias com até 111 kWh de capacidade.
O arranque da produção na Alemanha está previsto para finais de 2022.
Por: Standevirtual
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