A CITROËN COMO FONTE DE INSPIRAÇÃO
A Citroën tem
sido uma presença constante no mundo da arte ao longo da sua história
centenária, tanto em termos de design dos seus automóveis como
na utilização dos vários modelos da marca do double chevron como
tela para desenvolver obras em todos os estilos, desde o mais abstrato cubismo
até à arte urbana contemporânea.
Remonta a 1925
a utilização de um dos primeiros modelos da marca como suporte artístico, um
inovador Citroën B12 então revestido com um padrão de retângulos coloridos,
aplicados por Sonia Delaunay, uma artista multifacetada e "mãe" do
movimento Orfismo.
Em Portugal,
recorda-se, entre outras, a criação em 2011 de duas unidades Citroën DS 3
intervencionadas pelos artistas urbanos Vanessa Teodoro e ParizOne, no âmbito
da “Go Arte Urbana”, ou a transformação em 2019 de um Traction Avant em obra de
arte pelo artista plástico António Colaço.
Com automóveis
que foram expostos em museus de arte contemporânea ou que ostentam a assinatura
de designers com grande prestígio artístico, como Flaminio
Bertoni, a Citroën sempre teve uma visão artística do automóvel e convida os
clientes a deixar a sua marca nos seus veículos, através de múltiplas
possibilidades de personalização.
A Citroën sempre teve uma relação privilegiada com a arte e o design.
O próprio André Citroën confiou a publicidade dos seus automóveis e produtos
a designers e artistas de vanguarda, tendo levado aos limites
a arquitetura do vidro nos seus pontos de venda, graças a nomes ilustres da
denominada Art-Déco como Albert Laprade. Ao longo dos
anos, designers como o escultor Flaminio Bertoni, criador de
lendas como o Citroën 2CV, o DS e o Ami 6, desenharam para a marca automóveis
que acabaram expostos em certames de arte contemporânea.
Outros utilizaram-nos como suporte para as suas obras, tais como o Citroën
DS 19 para Pablo Picasso ou o Citroën C4 Picasso para Suso Fandiño, escultor de
Vigo. Há alguns meses, o objeto de mobilidade Citroën AMI foi utilizado como
tela por Conxita Herrero, uma das maiores promessas da banda desenhada de
vanguarda espanhola.
Em Portugal registam-se exemplos como a associação, em 2011, da Citroën à
iniciativa “Go Arte Urbana”, da Galeria de Arte Urbana e da Câmara Municipal de
Lisboa, que levou à intervenção de dois Citroën DS 3 pelos artistas urbanos
Vanessa Teodoro e ParizOne, criando telas únicas que se viram expostas e a
circular pela cidade de Lisboa. A iniciativa, no âmbito da exposição “A Rua
Continua”, organizada pela GAU, reuniu um alargado conjunto de graffiters,
na altura responsáveis por dar um novo visual a vários edifícios devolutos da
capital. Outro dos exemplos foi a transformação da icónica Traction Avant
(‘Arrastadeira’) feita em 2019 pelo artista plástico António Colaço.
Estreia em 1925: um Citroën B12 como tela de Sonia Delaunay
Em 1925, os astros alinharam-se para apresentar dois grandes exemplos da
simbiose entre o double chevron e a arte. Nesse ano
realizou-se, em Paris, um evento há muito esperado: a Exposição Internacional
de Artes Decorativas e Industriais Modernas. O evento atraiu milhares de
visitantes à capital francesa e levou ao adiamento do próprio Salão do
Automóvel. André Citroën procurou, assim, uma forma de garantir uma presença
forte na exposição e exibiu ali a sua mais recente criação, o Citroën B12, o
primeiro automóvel europeu com uma carroçaria totalmente em aço.
A Citroën garantiu uma presença de destaque no evento com uma iniciativa
arrojada, ao utilizar a Torre Eiffel como um gigantesco reclamo luminoso. Um
feito técnico e artístico para o qual recorreu à ajuda de Fernand Jacopozzi
(1877-1932), artista vanguardista, especializado em eletricidade, capaz de
criar todo o tipo de desenhos com lâmpadas. Foram utilizadas, no total, 250.000
lâmpadas, instaladas na estrutura do ícone parisiense durante uma década,
criando um espetáculo noturno inigualável.
Mas André Citroën não esperava que a artista Sonia Delaunay (1885-1979),
nascida na Ucrânia, fosse criar um "cavalo de Tróia" baseado
no Citroën B12 e causar uma enorme sensação no próprio evento. Para esta
artista multifacetada, a arte não se deveria limitar a um museu, deveria fazer
parte da vida quotidiana. Nas suas próprias palavras, "a vida está
cheia de arte e a arte ganha vida".
Com um estilo
cubista baseado em figuras geométricas de cores brilhantes que pareciam assumir
movimento, Sonia Delaunay iniciou a sua carreira artística com um original
edredão de retalhos, concebido em 1911, destinado a envolver o seu filho. Não
se sabe se era, de facto, quente, mas está hoje em exposição no Museu Nacional
de Arte Moderna em Paris como peça fundadora do movimento “Orfismo e
Simultaneísmo”, uma escola artística que utilizava a cor para criar espaços e
formas. Assim, a criatividade de Sonia Delaunay ganhou vida nas suas telas. Os
seus círculos e quadrados coloridos invadiram copos, pratos e todo o tipo de
vestuário, de vestidos a fatos de banho, com os quais libertou as roupas
femininas da sobriedade da época, acentuando os movimentos do corpo. Estas
preocupações artísticas levaram Delaunay a tornar-se na primeira mulher a ter a
sua obra exposta no prestigioso Museu do Louvre.
Para a Exposição de Artes Decorativas de 1925, Delaunay concebeu um padrão
original de retângulos alternados em vermelho, branco, azul e preto, que se
destinava inicialmente a uma coleção de moda. Contudo, inspirada pela visão de
um Citroën B12, pintou, sem hesitar, a sua carroçaria com esse mesmo motivo,
tornando o automóvel num acessório de moda, a condizer com a roupa dos seus
ocupantes. O automóvel viu-se transformado, passando de um esquema de cor única
e monótona para um elemento que refletia os gostos e a individualidade de cada
pessoa.
A personalização como ferramenta de diferenciação na marca Citroën
A filosofia está, atualmente, muito viva na gama Citroën. A personalização
é uma das grandes imagens da marca, com alternativas que permitem aos clientes
jogar com as cores da carroçaria, os ambientes interiores e as diferentes
configurações, levando à criação de automóveis feitos à medida de cada cliente.
É particularmente visível nos modelos de características mais urbanas e
compactas, como a berlina C3, o SUV C3 Aircross e mesmo o AMI – 100% Elétrico.
O Citroën C3, berlina urbana de visual inspirador, é proposto com nada menos do
que 97 combinações de personalização exterior, fruto de uma palete de sete
cores de carroçaria, podendo-se juntar três decorações de tejadilho, três
ambientes interiores e um conjunto de novas jantes, permitindo a cada unidade
C3 tornar-se distinta de qualquer outra.
Também o Citroën C3 Aircross permite uma gama de 70 combinações de cores,
entre as sete cores exteriores, os quatro Pack Color e duas cores do tejadilho,
complementando o potencial de contrastes com as cores das capas dos espelhos
retrovisores, molduras dos faróis e centros das rodas.
Já o Citroën AMI pode mesmo ser decorado com imagens únicas para cada
cliente, seja a partir de uma coleção de decorações já existente, ou seja
despertando o lado artístico de cada um, com as suas próprias fotografias,
imagens ou desenhos que querem ver exibidos no seu veículo.
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